Muito se fala sobre inovação, mas quais são de fato os tipos de inovação que existem? É isso que mostraremos neste artigo. Conhecer o conceito e as modalidades mais comuns para inovar é de vital importância para empresas que almejam manter-se atualizadas e à frente de seus concorrentes.

 

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 33,6% das empresas brasileiras são inovadoras. Para o IBGE, “uma empresa é considerada inovadora quando introduz no mercado um produto ou implementa um processo novo ou substancialmente aprimorado.”

 

É claro que essa é apenas uma definição sobre inovação, mas já serve para resumir uma parte da teoria. De qualquer forma, o fato é que empresas que não acompanham as inovações tendem a ficar para trás, pois deixam de acompanhar os movimentos do mercado.

 

Existe ainda o fato que algumas organizações enxergam as inovações como uma ameaça, mas isso é um equívoco, visto que essas transformações são grandes oportunidades para fazer algo melhor e proporcionar uma experiência mais satisfatória para os consumidores.

 

Porém, o medo está justamente no fato de ser “engolido” pelas inovações de outras empresas, por isso é crucial não esperar passivamente pelas mudanças do mercado, mas sim ditar o ritmo e como isso acontecerá.

 

Quer aprender mais a respeito dos tipos de inovação? Então continue lendo!

 

O que é inovação?

O conceito de inovação está diretamente relacionado ao mercado, sendo algo econômico e social. Os diferentes tipos de inovação geram negócios e podem ser disponibilizados ao público para gerar receita para uma empresa.

 

Inovação é a melhoria de produtos, serviços ou processos que gera valor e impacto para a empresa, consumidores e sociedade como um todo, transformando comportamentos e hábitos de consumo.

 

A mudança de comportamento é resultado de uma inovação que entrega um valor tão positivo que provoca uma alteração na forma como costumamos fazer algo. Passamos a ver uma vantagem na inovação e absorvemos aquilo para as nossas vidas.

 

Vale explicar que inovação não é necessariamente sobre fazer algo do “zero” (o que seria uma “invenção”), mas sim melhorar produtos, sistemas, estruturas e afins com o objetivo de alcançar melhores resultados e capturar mais valor.

 

A inovação em uma empresa é determinante para ela se manter competitiva e estar à frente dos seus concorrentes. Também pode ser uma reação em relação à inovação de outra empresa. Além disso, inovar permite aproveitar as oportunidades de mercado e, por consequência, crescer e fazer mais negócios.

 

Importante: nenhuma inovação é pura e simplesmente uma “inspiração”. Existe um processo sistemático por trás de tudo que é proposto, de modo que é preciso acabar com a ideia de que para uma empresa ser inovadora basta ter grandes insights.

 

Diversos aspectos podem instigar um processo inovador em um negócio, como:

 

movimentos do mercado;

mudanças sociais;

mudanças em leis;

novos comportamentos de consumo ou hábitos dos clientes;

demanda de novas gerações.

Fatores como esses levam companhias a aproveitar a oportunidade para buscar novas soluções, reduzir custos e gerar mais receita.

 

Ou seja, para implementar inovações na hora certa, é fundamental ter atenção aos movimentos e tendências do mercado, para antever o que vai acontecer e estar preparado para as mudanças. E, claro, cada empresa tem necessidades distintas, de modo que as inovações que devem ser feitas são diferentes também.

 

E mais: qualquer mudança apenas se torna efetiva a partir do momento em que todos se envolvem no processo, independentemente do cargo ocupado. Todos são responsáveis pela inovação, por isso faz muita diferença ter uma cultura de inovação bem estabelecida na empresa.

 

A cultura e gestão de uma empresa são os pilares que sustentam todo o negócio. Como uma mudança vai perdurar a longo prazo se não houver uma estrutura humana que viabilize isso? Por isso, é fundamental ter atenção a esses pontos.

 

Veja no vídeo do Sebrae como desenvolver a cultura de inovação em um negócio:

 

https://youtube.com/watch?v=hJurECZpbcA

Antes de mostrarmos alguns exemplos de tipos de inovação, vamos explicar qual é a “essência” do processo de inovar. Basicamente, existem três “graus” ou categorias de uma inovação:

 

incremental;

radical;

disruptiva.

Entenda melhor o que são cada um desses modelos de inovação.

 

Inovação incremental

A inovação incremental é aprimorar ou atualizar aquilo que já é feito no momento. É uma melhoria contínua de pouco impacto e baixa complexidade em processos, produtos e serviços, e que não cria um mercado novo. A ideia é continuar atuando no mercado e manter-se competitivo sem arriscar muito.

 

Normalmente, as necessidades dos clientes já são conhecidas e a tecnologia necessária para tornar a inovação uma realidade já está bem definida. E mais: a inovação incremental é voltada tanto à melhoria de processos internos da empresa quanto externos.

 

Falando da parte interna, essa inovação ganhou muita força com a pandemia e o trabalho remoto. Quantas empresas não tiveram que se adaptar à nova realidade, digitalizar operações e atuar de maneira completamente diferente da usual?

 

Já externamente, um negócio pode fazer uma inovação incremental melhorando a comunicação com os clientes, otimizando a logística ou oferecendo tecnologias que garantam a excelência nos processos. Por exemplo, disponibilizar chatbots e rastreio das entregas em tempo real.

 

Em resumo, a inovação incremental é fazer melhorias pontuais em algo que já existe, o que pode ser determinante para uma empresa se destacar em relação aos seus concorrentes.

 

Inovação radical

Na inovação radical, algo novo é criado, como lançar um produto que não existia antes no portfólio da empresa ou criar uma unidade de negócio. Esse tipo de inovação vai provocar uma mudança na forma como o mercado enxerga uma marca, produto ou serviço.

 

Nesse caso, ainda não se conhece completamente quais são as necessidades dos clientes, afinal, com um novo produto surge a necessidade de criar um hábito de consumo nos consumidores.

 

Aqui a tecnologia para fazer a inovação radical ainda está em desenvolvimento, então existe uma incerteza maior. Principalmente as startups lançam mão da inovação radical, considerando o contexto de mudanças tecnológicas em que atuam e o perfil do cliente dessas empresas.

 

Um dos maiores exemplos de inovação radical são os serviços de streaming pagos por meio do modelo de assinatura, como Netflix e Spotify. Antigamente, precisávamos alugar uma fita cassete ou DVD para assistir a um filme, enquanto hoje podemos consumir conteúdo on demand diretamente da smart tv, computador ou smartphone.

 

No caso das músicas, também existiam as fitas, depois vieram os CDs, mas tudo estava centralizado na mídia física. Hoje, basta baixar um aplicativo para ter acesso a milhões de músicas à distância de um clique.

 

Ou seja, houve uma mudança radical em produto, modelo de negócio e forma de consumo.

 

Inovação disruptiva

O conceito de inovação disruptiva surgiu na década de 1990 com Clayton Christensen, professor da Harvard Business School (HBS).

 

A inovação disruptiva, apesar de similar à inovação radical, tem suas particularidades, sendo a principal delas a “ruptura” na forma como algo era feito antes e uso de novas tecnologias para resolver problemas antigos.

 

É mais do que um novo produto ou unidade de negócio: é o fim do mercado tradicional. Justamente por conta disso, a disrupção não acontece de uma hora para outra, assim como causa uma mudança no comportamento dos consumidores.

 

A própria Netflix foi uma inovação radical, mas provocou uma disrupção no modo de se consumidor conteúdo em todo o mundo.

 

Outros exemplos de inovação disruptiva são os aplicativos de transporte e entrega de comida, como Uber e iFood. Eles mudaram a forma como as pessoas se locomovem e consomem alimentos.

 

Esses tipos de inovação desestabilizam o mercado, transformam o modo como ele opera, causam um grande impacto e impulsionam o surgimento de novas inovações, pois as demais empresas percebem que vão precisar se adaptar a essas novas tendências.

 

Quer mais um exemplo? A chegada dos bancos digitais. É menos provável que uma empresa tradicional e consolidada, como um “bancão”, provoque uma disrupção.

 

Contudo, o surgimento dos bancos digitais causaram uma disrupção nesse modelo de negócio e movimentaram todo o sistema, fazendo com que os grandes bancos precisassem se reinventar rapidamente para manter seus clientes.

 

Extra: inovação aberta

Diante do “medo” das inovações, principalmente a radical ou disruptiva, algumas empresas têm apostado na inovação aberta. A ideia é fazer parcerias estratégias ou realizar fusões e aquisições com outras instituições.

 

Existem casos até mesmo de organizações que se unem aos concorrentes para criar uma operação mais forte e combater competidores maiores frente a frente.

 

Quais são os tipos de inovação?

Existem diversos exemplos de inovação e aqui selecionamos alguns deles para explicar com mais detalhes:

 

Inovação de produto

Inovação de serviço

Inovação de marketing

Inovação de processos

Inovação de modelo organizacional

Inovação de modelos de negócio

Inovação de tecnologia

Inovação de logística

Inovação no modelo de receita

Inovação de rede

Inovação de performance

Inovação de performance de produto

Inovação no sistema de produtos

Inovação de canais

Inovação de marca

Inovação de engajamento do consumidor

Saiba mais a seguir sobre cada um dos tipos de inovação.

 

Inovação de produto

A inovação de produto pode ser tanto sobre lançar um novo produto no mercado, como um computador ou smartphone, quanto implementar funcionalidades a algo que já existe, como lançar carros que já têm rádio e GPS de fábrica.

 

No caso de um novo produto, é importante que ele resolva um problema de uma maneira diferente de como era feito anteriormente, senão qual o sentido da inovação, não é mesmo?

 

É o tipo de inovação mais conhecido e que as empresas estão mais habituadas a fazer. Trata-se de atuar constantemente para aprimorar o produto para oferecer a melhor experiência e a melhor versão para o cliente.

 

Inovação de serviço

A inovação de serviço é disponibilizar um novo serviço aos clientes. É oferecer valor ao consumidor de uma nova forma, como a possibilidade de fazer compras do mercado online e receber em casa. Valor é ganhar tempo, ter mais praticidade e comodidade, agilidade, mais segurança ou facilidade para fazer algo, para citar alguns exemplos.

 

Esse tipo de inovação trata sobre a mudança no processo do serviço e impacta diretamente a experiência do cliente em relação à marca. Especialmente na pandemia, vimos isso acontecer com inúmeras empresas, as quais tiveram que repensar a forma como ofertavam seus serviços, como no exemplo da entrega do mercado em casa.

 

Inovação de marketing

A inovação de marketing trata de novas estratégias para divulgar a marca, chegar ao público e atrair mais consumidores. O que diferencia uma empresa inovadora de uma empresa que faz mais do mesmo e replica “fórmulas” é o entendimento sobre as necessidades e demandas de seus clientes.

 

Quando uma organização conhece seu público, antevê o que ele precisa, em qual momento de compra ele está e qual o produto faz mais sentido para ele considerando esses fatores, o impacto é completamente diferente e as chances de conversão são muito maiores.

 

Todas as empresas fazem marketing, mas a diferença está na estratégia por trás de cada ação. É mais do que apenas propaganda: é entregar valor através da oferta. O “valor” é a palavra de ordem por trás de qualquer tipo de inovação.

 

Inovação de processos

A inovação de processos visa otimizar os processos de uma empresa, tornando-os mais ágeis, fáceis, automatizados e menos burocráticos. Isso pode acontecer tanto internamente, ou seja, melhorar etapas para colaboradores, ou externamente, tornando um fluxo mais simples para o consumidor.

 

A proposta é aumentar a produtividade e a eficiência do negócio por meio da adoção de novas tecnologias e recursos.

 

Inovação do modelo organizacional

Esse tipo de inovação é muito similar ao de processos, mas, neste caso, é sobre como uma empresa vai se estruturar para gerar uma inovação para o mercado em que está inserida. É a mudança na forma como a empresa funciona para inovar.

 

Um exemplo recente foi a implementação da estrutura de trabalho remoto pelas organizações, o que as fez repensar seu modelo organizacional para avaliar se ter uma estrutura física com todos trabalhando presencialmente diariamente realmente era algo fundamental.

 

Hoje, vemos inúmeras empresas que aderiram ao home office em definitivo e agora operam inclusive contratando pessoas de outras cidades, estados e até países.

 

Inovação de modelos de negócio

Ao inovar no modelo de negócio, uma empresa cria uma estrutura que foge do modelo tradicional onde opera. Um exemplo é a Amazon, que antes era focada no e-commerce e agora está expandindo sua operação para os serviços de nuvem com o Amazon Web Services.

 

Há também os canais de televisão fechada, como a HBO, que teve que se adaptar ao modelo de consumo de conteúdo on demand e agora oferece serviços de streaming — no caso, o HBO Max.

 

A ideia por trás desse tipo de inovação não é obrigatoriamente deixar de operar no modelo de negócio “antigo”, mas expandir os negócios em novas verticais para alcançar um público maior e conquistar mais clientes.

 

Inovação de tecnologia

A inovação de tecnologia ou inovação tecnológica normalmente é a primeira a ser citada por alguém ao mencionar os tipos de inovação. São as novas tecnologias que surgem e podem ser implementadas em um negócio.

 

Alguns exemplos são a Internet das Coisas, a Inteligência Artificial, o armazenamento de dados na nuvem, biometria e reconhecimento facial, e até mesmo o Pix, sistema de pagamentos instantâneos do Banco Central.

 

Inovação de logística

A inovação de logística provoca mudanças na forma como as mercadorias são distribuídas para os clientes. Isso contempla as etapas de armazenamento, distribuição e transporte de itens.

 

Esse tipo de inovação tem um papel fundamental, especialmente considerando um contexto de aumento das compras online. A Amazone e a Magazine Luiza são dois exemplos de empresas que têm investido para inovar a logística e entregar os produtos comprados em até 48h horas.

 

Inovação no modelo de receita

O objetivo dessa inovação é encontrar novas formas para gerar receita para o negócio. É claro que todas as empresas têm uma estratégia para ganhar dinheiro, mas o mercado muda, assim como os hábitos de consumo dos consumidores, e é preciso acompanhar o movimento para atender às novas demandas.

 

Alguns exemplos de inovação nas empresas com foco em receita são as assinaturas de produtos. Ao pagar uma mensalidade, o consumidor escolhe uma recorrência e recebe os itens em casa dentro do período selecionado.

 

Inovação de rede

A inovação de rede diz respeito às parcerias com outros negócios. Não chega a ser uma inovação aberta, como citamos no começo do artigo, mas trata de uniões entre empresas de diferentes ramos com o objetivo de aproveitar estratégias, tecnologias e até consumidores.

 

Dessa forma, é possível alavancar o crescimento da companhia, ter mais segurança e ainda oferecer uma melhor experiência para os clientes, que terão acesso a diferentes soluções com uma mesma empresa.

 

Inovação de performance de produto

O produto é a essência de uma empresa, então investir na otimização de sua performance faz toda a diferença para ganhar destaque no mercado e conquistar os consumidores.

 

Esse tipo de inovação é constante, pois as organizações sempre estão buscando novas alternativas para criar um produto inovador com diferenciais únicos em relação aos seus concorrentes.

 

Inovação no sistema de produtos

O sistema de produtos se refere a serviços, produtos e soluções complementares entre si. O objetivo é oferecer uma experiência mais completa aos clientes por meio dessas integrações.

 

Inclusive, empresas que têm mais de um produto conseguem colocar essa inovação em prática e criar novas formas de oferecer soluções conjuntas que agreguem mais valor aos consumidores.

 

Dica: tais produtos podem ser vendidos utilizando técnicas como upsell e cross sell.

 

Inovação de canais

Inovar nos canais da empresa é oferecer mais e melhores opções para os clientes entrarem em contato com a marca. Implementar a estratégia omnichannel é um exemplo de inovação de canais, visto que os canais de comunicação da companhia passam a ser integrados uns aos outros.

 

Isso facilita a gestão do atendimento e garante ao cliente uma experiência contínua em todos os pontos de contato, de modo que ele tem a sensação de sempre falar com a mesma empresa, sem precisar ficar repetindo a todo momento o que precisa.

 

Inovação de marca

Ter uma marca bem consolidada no mercado é um fator determinante para o seu sucesso, tanto para a atração de novos consumidores quanto para a retenção e rentabilização deles.

 

Assim, investir na inovação de marca, ter atenção às práticas dos concorrentes e criar uma imagem de marca memorável é essencial.

 

Inovação de engajamento do consumidor

Por fim, a inovação no engajamento do consumidor é pensar em novas formas para conquistar clientes e ter um customer experience de excelência.

 

A pergunta é: o que sua empresa pode fazer para criar laços fortes com os clientes e garantir uma experiência de compra que o fará voltar a comprar com você? As respostas virão no formato de inovações com o objetivo de engajar os consumidores.

 

Preparado para inovar na sua empresa?

Agora que você já conhece os principais tipos de inovação, que tal dar o próximo passo e começar a inovar na sua empresa também? Temos algumas dicas para você, confira.

 

Observe seu mercado e concorrentes

Para criar uma estratégia eficiente e implementar inovações de sucesso, é essencial fazer benchmark para analisar as boas práticas do mercado e dos concorrentes. Dessa forma, você poderá descobrir lacunas de oportunidades para criar algo que conquiste os consumidores.

 

Inclusive, isso nos leva à próxima dica.

 

Analise as demandas do seu público

Olhar para o mercado é importante, mas também é essencial ter atenção às demandas e necessidades do seu público-alvo.

 

Existem inúmeros exemplos de inovação que podem ser colocados em prática, porém é preciso refletir sobre o que faz sentido para a realidade dos clientes que você almeja atrair para a sua marca.

 

Planeje-se para as mudanças

Inovar é imprescindível para se manter forte frente aos concorrentes, entretanto, lembre-se de que tudo deve ser feito com muito planejamento.

 

Faça estudos de viabilidade financeira, veja quanto tempo levará para a mudança ser implementada, faça um MVP (minimum viable product”, em português “produto mínimo viável”), enfim, tudo o que for possível para manter todas as variáveis sob controle.

 

Estude sobre o assunto

O fato de você estar lendo esse artigo sobre inovação já mostra o seu interesse sobre o assunto, então continue aprendendo constantemente e aprofunde-se no tema.

 

Algumas sugestões de livros são:

 

“Organizações Exponenciais”, de Michael S. Malone;

“O Dilema da Inovação”, de Clayton M. Christensen;

“Gestão da Inovação”, de Joe Tidd e John Bessant.

Vale também assistir ao filme “Fome de Poder”, que mostra como a inovação na linha de produção do McDonald ‘s revolucionou a empresa.