Há muito o que dizer sobre Freud
(1856 – 1939). Conhecido como o “pai da psicanálise” sua obra, escrita no
século XX ainda perdura no campo da psicologia e também de nossa sociedade.
Portanto, os 5 livros de Freud mais importantes para entender sua obra foram
escolhidos a partir de uma experiência pessoal e pela premissa de como Freud
reformula suas hipóteses ao longo de suas próprias obras. Todos imperdíveis!
1. A Interpretação dos Sonhos
(1900)
livros de Freud
A interpretação dos sonhos é o
trabalho maior de Sigmund Freud (1856-1939), que inaugurou a era da psicanálise
e mudou para sempre a maneira como o ser humano percebe a si mesmo. Além das
novíssimas perspectivas lançadas sobre a natureza e os significados dos sonhos
– outrora considerados apenas resquícios da vida diurna -, neste estudo
revolucionário Freud postula uma instância até então desconhecida da psique
humana: o inconsciente. Portanto, tal pressuposto – o da existência de um
continente praticamente inacessa do da ‘alma’ humana – abriu todo um leque de
possibilidades de estudos científicos e psicanalíticos para Freud e seus
seguidores. Trabalho tão genial hoje quanto à época de sua primeira publicação,
em 1899. Por fim, a interpretação dos sonhos é considerada uma das obras
fundadoras da contemporaneidade e que mais influenciaram o pensamento do século
XX.
2. Três ensaios sobre a teoria
da sexualidade (1905)
Três ensaios sobre a teoria da
sexualidade, que recorre a sexólogos contemporâneos do psicanalista e às
observações feitas a partir de seus pacientes para enfatizar a centralidade do
sexo na vida humana. Tratando das aberrações sexuais, da sexualidade infantil e
adulta, Freud amplia e reformula o conceito de sexualidade.
3. O chiste e sua relação com o
inconsciente (1905)
Na década de 1890, Freud juntou
várias piadas de judeus, e foi com base sobretudo nessa reunião que escreveu O
chiste e sua relação com o inconsciente, sua maior contribuição ao estudo da
estética. Entre os livros de Freud, esse investiga as fontes inconscientes do
prazer que sentimos com gracejos, piadas, trocadilhos etc. A característica
principal de um chiste não se acha em seu conteúdo, mas em sua técnica: o
pensamento é condensado por meio de uma palavra modificada, como quando um
pobre coitado diz: “Rothschild me tratou como um igual, de modo bem
‘familionário’ (juntando ‘familiar’ e ‘milionário’)”. Portanto, processos
similares ocorrem nos sonhos, mas, à diferença destes, os chistes requerem uma
audiência, têm uma função social. Eles geram uma “economia do gasto psíquico”,
ao permitir que obtenhamos prazer de assuntos reprimidos. Ou seja, brincando,
podemos dizer as coisas mais sérias.
4. O Ego e o id (lançado em
1923)
O Eu e o Id, um de seus
principais trabalhos teóricos, no qual faz a mais detalhada exposição da
estrutura e do funcionamento da psique, lançando a hipótese de que ela se
dividiria em três partes: Id, Eu (ou “ego”) e Super-eu (ou “superego”). Neste
livro há também um segundo texto, “Autobiografia”, que contém, na verdade,
poucas informações pessoais. Entretanto, é um relato do desenvolvimento
intelectual do autor e de suas contribuições para o surgimento e a elaboração
da psicanálise.
5. O Mal estar na civilização
(lançado em 1930)
Escrito às vésperas do colapso
da Bolsa de Valores de Nova York (1929) e publicado em Viena no ano seguinte, O
mal-estar na civilização é uma penetrante investigação sobre as origens da
infelicidade, sobre o conflito entre indivíduo e sociedade e suas diferentes
configurações na vida civilizada. Portanto, o livro proporciona um verdadeiro
mergulho na teoria freudiana da cultura, segundo a qual civilização e
sexualidade coexistem de modo sempre conflituoso.
A partir dos fundamentos
biológicos da libido e da agressividade, Freud demonstra que a repressão e a
sublimação dos instintos sexuais, bem como sua canalização para o mundo do
trabalho, constituem as principais causas das doenças psíquicas de nossa época.
“Um extra” essencial para
entender os livros de Freud:
A trama dos conceitos, livro de
Renato Mezan é interessante ler também, pois o autor explora como Freud foi
elaborando suas teorias.
Confira a sinopse:
“A obra de Freud, complexa e multifacetada, pode ser abordada a partir de vários ângulos. Este livro de Renato Mezan propõe uma leitura pela via da trama dos conceitos: buscando a articulação interna das noções freudianas, visa desvendar seu modo de engendramento e suas relações recíprocas. Apresentam-se assim redes conceptuais, que correspondem a diferentes movimentos da elaboração teórica de Freud, possibilitando uma visão ao mesmo tempo diacrônica – as transformações sofridas por determinada noção ao longo da obra – e sincrônica – pois tais transformações se vinculam ao conjunto do aparelho conceptual inventado para dar conta da experiência psicanalítica. Por fim, sem prender-se a tendências específicas de interpretação do legado freudiano, trata-se aqui de acompanhar os impasses teóricos gerados pelo funcionamento dos conceitos e inflexões por vezes decisivas na sua articulação recíproca.”